quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Ψ Outros Fragmentos Barthes

“Uma pequena minoria de pessoas acha-se  capacitada,  por  sua  constituição,  a  encontrar felicidade no caminho do amor”. (FREUD, 1914)

 "Como se chama aquele sujeito que se obstina num 'erro', contra tudo e contra todos, como se tivesse diante de si a eternidade para se 'enganar'? - Relapso!"

(...) que seja de um amor a outro ou no interior do mesmo amor, não paro de 'recair' numa doutrina interior que ninguém partilha comigo.

Quando o corpo de WERTHER é levado à noite para um canto do cemitério, perto das duas tílias (a árvore do perfume simples, da lembrança e do adormecimento), "nem um só padre o acompanhava" (essa é a última frase do romance).

A religião não apenas condena, em Werther o suicida, mas também, talvez, o amante, o utópico, o desclassificado, aquele que não está 'religado' a nenhum outro ser além dele mesmo.

(...) após discutir o assunto, os cientistas concluíram: os animais não se suicidam... no máximo alguns como cavalos, cachorros - tem vontade de se mutilar.

É entretanto, referindo-se aos cavalos que Werther alude à nobreza que marca todo suicídio: Fala-se de uma nobre raça de cavalos que, quando se sentem terrivelmente acalorados, tem o instinto de eles próprios se abrirem uma veia, com uma dentada, para respirar mais livremente.

É o que acontece muitas vezes comigo: gostaria de me abrir uma veia, para me assegurar a liberdade eterna.

*Fragmentos de Um Discurso Amoroso - Roland Barthes
Ψ Fatima Vieira - Psicóloga Clínica

Nenhum comentário: