sábado, 11 de janeiro de 2014

Ψ "O que importa quantos amores você tem se nenhum deles te dá o universo?" Lacan

A falta é a causa do desejo? Existir é o mesmo que desejar?

- Para o psicanalista francês, o desejo não possui objetos fixos e adequados para saciá-lo.


-Todo objeto é insuficiente nesta tentativa de satisfação do desejo.  

- Já as necessidades básicas, como fome e sede para serem satisfeitas, precisariam tão somente de alimento e água.

- O desejo segundo Lacan é constitutivamente insaciável.

- Nesta perspectiva, não há sintonia entre desejo e objeto pois nada no mundo preencheria a lacuna radical instaurada no ser por sua condição de habitante da linguagem.

 - Esse furo, segundo Lacan, é a causa do desejo.

- A existência, por conseguinte, seria um longo ciclo de ilusões e decepções.
 

- O  sujeito só deseja mais um chocolate, outro 'drink', o carro do ano, o sítio, aquela conquista amorosa ... 

- Uma espécie de compensação pela falta de um objeto mítico que ofereceria ao sujeito um gozo absoluto e infinito ou uma tentativa sempre frustrada de encontrar esse objeto.


- ou seja, devora-se qualquer alimento, ou substância com o intuito de saboreá-lo, na eterna ilusão de temporariamente 'tamponar' a falta sem jamais conseguir preenchê-la de fato.

- Frustração: ele não possui o objeto primordial de gozo absoluto e  que satisfaria plenamente a suposta falta originária.


- Se o possuísse, não precisaria desejar.


- Logo, o desejo seria sempre uma nostalgia do objeto mítico de gozo absoluto.


- Quando a lacuna torna-se insustentável a constatação de que não há produto na vida (no comércio) que preencha a angústia existencial, então o vazio neurótico se instala.

- Não é assim que se constrói  o núcleo psicopatológico que faz com que o sujeito nos procure na Psicoterapia?

(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

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