quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Ψ INCONSCIENTE - decifra-me ou...

Ψ PSICOTERAPIA ANALÍTICA - JUNG
 “Estuda para ver em que consistes
 E verás então o que existe
 O que estudas, aprendes e és 
nisso justamente tu consistes
Tudo o que há fora de nós 
Há também dentro de nós.  Amém!”                                              (Salomon Trismosin) 
 
O modelo do aparelho psíquico desde  FREUD  já está tão difundido que a aceitação sobre sua existência não encontra mais tanta resistência.
 O inconsciente foi ganhando corpo e respeito através das teorias psicanalíticas e ele abrange basicamente a maior parte de nossos psiquismo.
 Se compararmos nosso psiquismo com  um 'iceberg' o inconsciente seria toda a parte que está abaixo da superfície do mar – enquanto a consciência  apenas o topo da montanha de gelo.
 Através da Psicoterapia Analítica de JUNG, pode-se entender e integrar os conteúdos inconscientes e vivenciar o  processo de individuação, que é justamente o caminho que o  ser humano deve percorrer para fornecer sua resposta a pergunta “Quem sou eu?”
 O processo de INDIVIDUAÇÃO é o que JUNG define como a obra que possibilita a realização da personalidade originária que traz um significado único à existência humana.  Pode ser entendida como a singularidade mais íntima do indivíduo, o si-mesmo, *O SELF.
 A natureza inconsciente anseia pela luz, a qual, no entanto, se contrapõe. Essa tomada de consciência não é tarefa fácil, gera conflitos. Jung reforça a questão de que o processo de individuação é algo espontâneo, e não depende da vontade do ego.  A consciência do ego é apenas uma parte da totalidade vital, e sua existência não representa a realização desse todo.
 O inconsciente dirige esse processo, cabendo ao ego um papel auxiliar. O ego precisa adotar uma atitude semelhante à atitude religiosa (de respeito e obediência aos desígnios do 'Si-mesmo') para que o processo aconteça.
 Jung afirma que essa integração (dos conteúdos inconscientes  se tornarem conscientes)  traz consequências notáveis para o ego.
 Normalmente o ego  se tem em alto valor, mas nquanto não assimilar aquilo que considera mal, pouco valioso, ficará restrito à esfera da *PERSONA.
Quando as partes sombrias e inconscientes da personalidade se tornam conscientes, produz-se não só uma assimilação delas à personalidade do ego, mas também uma transformação de ambas.
O ego se expande, se enriquece e passa a direção da personalidade total ao Si-mesmo.

 “[...] Se, porém, a estrutura do complexo do ego é bastante forte para resistir ao assalto dos conteúdos inconscientes, sem que se afrouxe desastrosamente sua contextura, a assimilação pode ocorrer. Mas, neste caso, há uma alteração não só dos conteúdos inconscientes, mas também do ego. Embora ele se mostre capaz de preservar sua estrutura, o ego é como que arrancado de sua posição central e dominante, passando, assim, ao papel de um observador passivo a quem faltam os meios necessários para impor sua vontade em qualquer circunstância, o que acontece não tanto porque a vontade se acha enfraquecida em si mesma, quanto, sobretudo, porque certas considerações a paralisam. Quer dizer, o ego não pode deixar de descobrir que o afluxo dos conteúdos inconscientes vitaliza e enriquece a personalidade e cria uma figura que ultrapassa de algum modo o ego em extensão e em intensidade. Esta experiência paralisa uma vontade por demais egocêntrica e convence o ego de que, apesar de todas as dificuldades, é sempre melhor recuar para um segundo lugar, do que se empenhar em combate sem esperança, o qual termina invariavelmente em derrota. Deste modo a vontade enquanto energia disponível se submete paulatinamente ao fator mais forte, isto é, à nova figura da totalidade que eu chamei de Self." (JUNG,  A Natureza da Psique).

 O Inconsciente possui linguagem peculiar e revela-se por códigos próprios, aí a importância de um profissional capacitado para ajudar nesta caminhada.
 Pode-se protelar a busca por um tratamento Psicoterapêutico com as mais variadas desculpas, esse processo custa caro... (ainda que gratuito, a resistência continua);  leva  tempo, dinheiro, interesse, perseverança. E ninguém pode fazê-lo em seu lugar.
 A essência interior precisa ser trabalhada, existe uma realidade "desconhecida",  negá-la não significa que ela desapareça. Alguns conteúdos psíquicos quando negligenciados vão fazendo com que o ser humano fique desconectado, alienado das próprias emoções.
Quando as partes sombrias e inconscientes da personalidade se tornam conscientes, produz-se não só uma assimilação delas à personalidade do ego, mas também uma transformação de ambas.
 Negligenciando a *sombra, com o tempo esta atitude faz com a 'psiquê traída', busque alternativas para compensar o descontentamento. Então são desenvolvidos mecanismos para 'chamar a atenção', tais como: pensamentos intrusos, sonhos, chistes, atos falhos, sintomas físicos e outros, (a Psicopatologia explica).
 A 'doença' na concepção analítica é um sinal de alarme para o restabelecimento da Psiquê e consequentemente para a cura. A questão seria não perguntar o 'por que', mas o 'para que' determinado sintoma surge.
 O ser humano é afetado pelo INCONSCIENTE e se este for ativado com  as técnicas certas o alquimista interno se manifestará. Jung enfatiza o  trabalho com os sonhos,  a Imaginação Ativa, Meditação.
 O Inconsciente seria o Alquimista Sábio, às vezes enigmático, comunicando-se por símbolos e outros arquétipos, mas sempre sinalizando, daí a importância da sintonia com um bom Psicoterapeuta.
Iniciando o processo Psicoterapêutico as  *sincronicidades começam a acontecer  em nossas vidas  e cada momento merece uma reverência  e  nunca mais seremos os mesmos! 

 Termos citados:
 * sincronicidade: como "coincidência significativa".
* individuação: processo de desenvolvimento psíquico, que diz respeito à integração do consciente com o inconsciente. É quase como se fosse um caminho para a iluminação.
 * sombra: personificação de aspectos do psiquismo que são rejeitados pelo indivíduo. É aquilo que somos e que não combina com a persona. 
* persona: é a forma como nos apresentamos ao mundo. Podemos dizer que é um personagem, mas nem sempre temos a consciência de que somos mais do que papéis.
 * animus: personificação masculina na mulher, faz a ponte entre o ego e o SELF e *anima o feminino no homem. 
* self  (Si-mesmo): centro organizador da psique, representa a totalidade e a unidade do ser.

 FONTE: FROMM, Erich. A Linguagem Esquecida, Rio de Janeiro: Zahar, 19866
JOHNSON, Robret. A Imaginação Ativa. SP: Mercuryo, 1989
JUNG, Carl Gustav. Os Tipos Psicológicos. Petrópolis: Vozes, 1991
VON FRANZ, Marie-Louise. O Caminho dos Sonhos. SP: Cultrix, 1993

http://www.terapiaemdia.com.br/
RESENDE, Charles Alberto – Psicólogo
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

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