domingo, 16 de maio de 2010

Ψ DISTÚRBIOS PSICOSSOMÁTICOS 3

Ψ ENTENDENDO A CEFALÉIA
abordagem COGNITIVO COMPORTAMENTAL

- É reconhecida a necessidade de que o tratamento da dor crônica envolva profissionais de várias áreas. Esse reconhecimento da multidimensionalidade da dor crônica fez surgir, a partir dos anos 50s,
Centros Multidisciplinares, para o tratamento da dor crônica. Esses centros são cada dia mais frequentes em muitos países.
- O sucesso terapêutico requer esforço multidisciplinar, englobando várias áreas do conhecimento humano, que incluem a neurologia, a psicologia, a psiquiatria, a anestesiologia, a fisiatria, além da enfermagem.
- A abordagem Cognitivo-Comportamental tem sido cada vez mais utilizada para o tratamento da cefaléia persistente e outras dores crônicas, por considerar, as relações entre indivíduo e ambiente, procura articular o mundo interno do doente (cognições, pensamentos sentimentos e emoções) aos aspectos cognitivos afetivos e comportamentais do indivíduo, e seu mundo externo (comportamento individual e sociedade, resposta ambiental).
- Para isso busca instrumentalizar o doente para uma convivência com a dor menos penosa, além de fornecer toda a informação sobre o que é a doença, os fatores desencadeantes, as dores consequentes e o uso de medicamentos preventivos. Dor de cabeça ou cefaléia, é definida como sensação dolorosa na cabeça, pescoço e face. Existem mais de 150 tipos e podem ser primárias (causadas por distúrbios bioquímicos no cérebro que levam ao mau funcionamento dos neurotransmissores e/ ou receptores como a enxaqueca) ou secundárias (causada por problemas em qualquer região do corpo, podendo ter inúmeras causas). As cefaléias primárias são elas próprias o sintoma e a doença do indivíduo. As cefaléias quando crônicas (que duram meses ou anos) tornam-se profundamente problemáticas ou incapacitantes, transformando em grande sofrimento a vida dos indivíduos. A cefaléia crônica é, um grande desafio para os profissionais que buscam ajudar os indivíduos que se encontram nessa condição álgica. Apesar de existir várias formas de tratamento, nem um deles isolado pode resolver todos os tipos de dor. Por isso, na abordagem do doente de dor crônica, é muito freqüente se associar vários tipos de tratamentos paralelos. Essa associação deve ser planejada entre os vários profissionais de saúde envolvidos.
- Através da Psicoterapia Cognitivo Comportamental, o doente é levado a analisar a ligação entre pensamento, emoção, comportamentos e fatores ambientais, que contribuem, tanto para o surgimento, quanto para a perpetuação dos sintomas da doença. Procura-se estimular a aderência ao tratamento, substituir comportamentos que possam desencadear crises de cefaléias por aqueles que possam preveni-las e diminuir a percepção da dor.
- É importante instrumentalizar o paciente para que os desencadeantes e consequentes ambientais, alimentares e emocionais sejam controlados pelo mesmo. Busca-se, desta forma, que o indivíduo que sofre de cefaléia possa desenvolver uma reestruturação cognitiva dando uma resignificação a sua condição de saúde. 
- Durante o tratamento psicoterapêutico, avalia-se e trata-se a depressão e a ansiedade, que geralmente estão associadas à cefaléia crônica. A terapia objetiva reduzir os sintomas da cefaléia crônica, promovendo e estimulando o doente a desenvolver estratégias de enfrentamento mais adaptativas e eficientes, mudando as cognições distorcidas a respeito da doença e diminuindo os comportamentos de esquiva e sintomas psicológicos (ex: depressão, ansiedade e estresse), além de melhorar a percepção da qualidade de vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Nevralgias Cranianas e Dor Facial. Tradução autorizada pela Sociedade Brasileira de Cefaléia e pela Sociedade Internacional de Cefaléia 1997.
Classificação e Critérios Diagnósticos das Cefaléia, BECK, Aaron et alli.
Terapia Cognitiva da depressão. Porto Alegre: Artes Médicas,1997.
BECK, Judith. Terapia Cognitiva - teoria e prática. Porto Alegre: Artes Médicas,1997. CARLSON, N. L. (1998) - Physiology of Behavior - Ally and Bacon - Needham Heights, MA, USA - pp. 205-213 - ISBN 0-205-27340-8.
GRAEFF, F. G.; BRANDÃO, M. L.(Eds) (1999) - Neurobiologia das Doenças Mentais - São Paulo - Lemos .
Winnicott, Donald Woods. A Importância do Setting no Encontro com a Regressão na Psicanálise(1964). In: Explorações Psicanalíticas; D. W. Winnicott/ Clare Winnicott, Ray Shepherd & Madeleine Davis; Trad.: José Octávio de Aguiar Abreu- Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
Winnicott, Donald Woods. O Conceito de Indivíduo saudável (1989). In:Tudo Começa em Casa; Associação Brasileira de Medicina Psicossomática – Regional São Paulo - 2004 -
Cláudio José da Silva - Psicólogo, Geisa Quental - Médica; João Paulo Correia Lima - Psicólogo; Maria Aparecida Borges - Fisioterapeuta; Osvaldo Amorim – Engenheiro; Sônia Maria Estácio Ferreira – Psicóloga.
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica) 



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