segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Mitos, Lendas e Arquétipos 4 - EROS e PSIQUE


EROS e PSIQUÊ: O TRIUNFO do AMOR Diz a lenda que certo dia espalhou-se a notícia de que uma mortal seria mais bela que AFRODITE. Esta não suportando a idéia pediu ao filho EROS, o deus do amor, que envenenasse a moça com sua seta fazendo-a se apaixonar por um monstro.
EROS ao avistar PSIQUÊ amarrada a uma rocha, ficou impressionado com tamanha beleza, sem querer acabou se ferindo com uma de suas setas, apaixonando-se por ela. Levou-a para seu castelo, advertindo-a para que usasse uma venda nos olhos sempre que estivessem juntos a fim de preservar sua identidade. Um dia, as irmãs de PSIQUÊ foram visitá-la e, invejosas de sua felicidade, convenceram-na a tirar a venda dos olhos, sugerindo que seu amado só poderia ser um monstro.
Numa noite de amor, ela puxou a venda e EROS voou pela janela. PSIQUÊ então suplicou à AFRODITE que devolvesse seu amado. A deusa vendo o sofrimento de ambos acabou se compadecendo desde que a moça cumprisse uma série de tarefas quase impossíveis.
TAREFA 1: Pede-lhe que separe por espécie numa só noite uma enorme quantidade de grãos de trigo, cevada, milho, lentilhas, favas etc... Ajudada por um batalhão de formigas, PSIQUÊ consegue o feito.
TAREFA 2: AFRODITE pede a PSIQUÊ que lhe traga flocos de lã de ouro de ovelhas selvagens venenosas. Um caniço verde lhe ensina a colher a lã ao entardecer, quando as ovelhas se amansavam num regato e PSIQUÊ poderia colher os flocos presos em seus galhos.
TAREFA 3: Buscar água da nascente do Estige, no alto de um rochedo guardado por terríveis dragões. Desta vez será uma águia quem virá em sua ajuda, colhendo para ela uma jarra dessa fonte.
AFRODITE quase enlouquece, dando a ÚLTIMA TAREFA: Que entre no HADES, reino dos mortos, para buscar com PERSÉFONE uma caixinha com o pó da juventude. Uma torre aconselha PSIQUÊ quanto às armadilhas do percurso, e ela cumpre sua perigosa viagem. Recebe em suas mãos a encomenda, mas já no caminho de volta, não resistindo à idéia de experimentar o pó mágico com o qual ficaria eternamente bela para EROS, abre a caixa, aspira e DESMAIA PARA SEMPRE NUM SONO PROFUNDO.
Mas por que fracassa PSIQUÊ quando tem nas mãos a caixa da imortalidade, estando prestes a vencer o jogo? Ela decide não entregar a AFRODITE aquilo que conquistou com seu sacrifício. A alma mortal, em conflito com a deusa, aceita atrair para si a maior das desgraças na tentativa extrema de alcançar ela própria a imortalidade, igualando assim sua condição a de seu amado divino. PSIQUÊ tudo sacrifica pelo Amor, até a própria vida, e por isso é que vence e se transforma.
EROS se aproxima de sua bela adormecida, guarda o sono de novo na caixa, e desperta PSIQUÊ para levá-la consigo ao Olimpo.
Também ele está amadurecido; curado pelo sacrifício da princesa, nada mais precisa fazer às escusas de sua mãe. E o herói vai pedir autorização a ZEUS para celebrar seu casamento. A divindade suprema reconhece o esforço da alma evoluída e transformada, e mostra a AFRODITE o absurdo de seu ciúme, pois PSIQUÊ agora é transcendente, imortalizou-se em sua grande iniciação, tornando-se digna do banquete dos deuses.
EROS, como todo herói, não foge à sua sina...sempre traz consigo uma ALMA APAIXONADA.
(Fatima Vieira - Psicóloga Clínica)

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